O timbre agudo de Tony Allen, perto do imaginário de um "Barry White africano", acompanhado com a sua bateria, funciona como timoneiro de um barco onde os metais e os teclados assumem também assinalável importância. Músicas como "Ise nla" (ver vídeo) ou "Kindness" (ver vídeo) são um óptimo exemplo desta descrição...
A adesão por parte dos presentes foi bem visível. O próprio Tony Allen, que assumiu não ter uma postura muito comunicativa, disse sentir o publico "with tha groove"... E bem o podia sentir. De facto, aquilo que nos é dado a ouvir passeia entre uma sonoridade quase celestial, que convida a um estado de contemplação, e uma sonoridade mais dançável, com um apelo a (tentativas de) danças num formato, chamar-lhe-ei, livre...
Na 6ª feira, a animação esteve a cargo do conjunto grego/cipriota comandado por Alkinoos Ioannidis. Provavelmente, pela fasquia estar colocada a um nível altíssimo depois do concerto de Tony Allen, a competência técnica e o cumprimento musical com um certo sabor 'folk' não foram suficientes para segurar os já de si pouco expressivos presentes no concerto.
É o balanço possível do Festival que, segundo palavras da organização, se quer afirmar, nos próximos anos, como uma referência a nível de "world-music". Prometo, desde já, estar atento às próximas edições e aferir do esperado crescendo de qualidade nos artistas seleccionados.
Hugo Canossa - "Apreciações" #006
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